A actual situação requer
uma mais determinada iniciativa do Partido

Este é o Partido que cumpre Abril<br>e honra Maio

Rui Fernandes (Membro da Comissão Política)

Por todo País este é um justo tempo de comemoração e luta. Comemoração da Revolução de Abril, dos 40 anos da Constituição da República que consagrou as conquistas obtidas no processo revolucionário, com olhos postos numa grande mobilização para o 1.º de Maio e para as lutas que se lhe seguem.

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Estas lutas são tão mais necessárias não só para a concretização de respostas a problemas concretos dos trabalhadores e das populações, mas também contra a crescente chantagem da UE/BCE/FMI sobre a capacidade de decisão soberana do nosso País. Ao contrário da falsa ideia vendida pelo PSD e pelo CDS da «saída limpa», o que se constata é a pressão para a mesma receita de cortes, empobrecimento e ataque aos direitos dos trabalhadores. Dentro das regras e normas da UE, a saída é sempre a mesma: favorecimento dos interesses do grande capital e esmagamento dos interesses dos trabalhadores e do povo.

Este tempo de comemoração e luta teve a antecedê-lo as comemorações dos 95 anos do Partido, deste Partido que, com abnegação, lutou pela liberdade e a democracia, pela defesa e avanço da Revolução, prosseguindo hoje a sua luta de sempre em defesa dos explorados e pelo direito do povo português decidir do seu destino. Não espanta, pois, que se intensifiquem o reforço das linhas de silenciamento e deturpação do que defende e propõe, bem como as crescentes manobras marcadamente anticomunistas.

Não ignorando os efeitos dessa ofensiva sobre muitos dos que são vítimas da exploração e das injustiças, mas com o orgulho dos resistentes e de quem possui propostas e projecto para Portugal, importa afirmar que cá estamos, prosseguindo a luta de sempre, para um Portugal com futuro, para uma vida melhor. Uma situação que requer uma mais determinada acção e iniciativa, uma mais alargada rede de contacto e esclarecimento, uma maior ousadia na afirmação daquilo que propomos e defendemos.

Mais organização, mais intervenção

Estamos em fase de andamento com vista à realização do XX Congresso do Partido. Uma preparação que apela, de forma particular, ao envolvimento dos militantes do Partido com as suas propostas, opiniões e reflexões e que constitui um momento que deve também ser aproveitado para a concretização de medidas de reforço orgânico, responsabilizando mais camaradas, criando novos organismos, dando particular atenção à criação de estrutura partidária nas empresas e locais de trabalho, avançando de forma mais decidida no recrutamento e no alargamento da venda da imprensa do Partido, designadamente do Avante!. Momento, também, para uma resposta mais alicerçada ao conjunto de tarefas que se colocam à preparação e realização da quadragésima Festa do Avante!, incluindo o que ainda pode ser efectivado de contactos no âmbito da campanha de fundos «Mais Espaço, Mais Festa. Futuro com Abril», para a compra da Quinta do Cabo, bem como da difusão da EP.

Este é o Partido que, assinalando este ano os seus 95 anos de intervenção, acção e luta, o faz com os olhos postos nos problemas concretos que hoje se colocam aos trabalhadores e ao povo, ao regime democrático, à incerteza e perigos que se avolumam em consequência do aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, mas também nas possibilidades que, dialecticamente, em cada momento, se abrem de avanços, conquistas e ganhos que reforcem as condições de prosseguimento da luta e intervenção, procurando envolver nessa acção muitos democratas e patriotas preocupados com o presente e o futuro do País.

Num contexto de fortes ventos hostis ao progresso social que fustigam os povos e que fazem do PCP, no plano nacional, o seu alvo privilegiado pela sua história, o seu projecto de futuro, as suas características e identidade, que se constituem em instrumentos essenciais na luta pela ruptura e pela afirmação da política patriótica e de esquerda de que somos portadores, a questão decisiva do reforço do Partido nos seus diversos planos, da sua ligação às massas, do seu papel dinamizador da luta e do esclarecimento ganha particular relevo. Vamos à luta por um PCP mais forte!




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